terça-feira, 30 de setembro de 2008

Está na hora do Adeus


Hoje, despeço-me do Lavradio.


Não sei que diga.
Até pus um par novo de lentes de contacto. E saímos de casa 2 minutos mais cedo. E só me apeteceu cortar um pulso quando acordei as 6.00h.

Mas fica. Fica uma saudadinha.
Da pulga que vence as amarras das relações laborais duvidosas, e vai ser pobrezinha para outro lado. Mas contentinha. Toda contentinha.



segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Anda-se por aqui a tentar decidir o que fazer a um monte de ferros torcidos que sobrou de uma demolição.

Eu, se me perguntassem, dizia para o meterem numa rotunda em Cascais e chamarem-lhe
Arte Contemporânea.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Contos do Lavradio, para a Simone


Hoje, uma cobra cinzenta morreu na obra.
Deu-se o infortúnio de estar no sítio errado à hora errada - momento esse que se situa mais coisa menos coisa logo a seguir ao almoço, na trajectória de uma giratória obstinada.

Ouvi, vi, e recalquei o sucedido.

Passados momentos, já com o incidente devidamente recalcado, ouve-se : "Esmaguei-le a cabeça e a gaija ainda tá a fugir.. eh .. eh.."

Moral da História : Há sempre uma altura na vida, em que um homem se vê obrigado a constatar que, no entanto, ela move-se.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

'Minuto a Minuto'



Todas as manhãs, no caminho para o trabalho, ouço o João Adelino Faria no Rádio Clube Português como quem abranda para ver um acidente.

domingo, 21 de setembro de 2008

E hoje... Olha, porque é Domingo.



E porque esta dá arrepios. Mas daqueles que sabem bem.

sábado, 20 de setembro de 2008

E porque é Sábado...



Aqui fica a sugestão.

De quem já tem uma pontinha de saudades de andar aí perdida pelo país a ter estas agradáveis surpresas.

E a prova de que há Hobbits na Serra do Caramulo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Pensamento da Hora de Almoço


E já que estou numa de Douglas Adams;

‘The History of every major Galactic Civilization tends to pass through three distinct and

recognizable phases, those of Survival, Inquiry and Sophistication, otherwise known as the How, the Why and the Where phases. For instance, the first phase is characterized by the question How can we eat?, the second by the question Why do we eat?, and the third the question Where shall we have lunch?’

Douglas Adams, The Hitchhyker’s Guide to the Galaxy (A Trilogy in four parts) (1979)



Hoje está um lindo dia no Lavradio.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tenho andado a pensar...

Se agora, com aquela história do maior acelerador de partículas do mundo, vão finalmente descobrir quem somos, de onde vimos e para onde vamos.

Ando a precisar...


Eu e tu.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

se a meio da circunstância se pára e se mostra a fragilidade

a identificação - interrompida e desconstruída - não mais existirá

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não sei, mas...


Convidou um amigo para passar a tarde.




(acho que anda alguém a gozar comigo)

Ai....



Será a sombra deste cá de casa?...

Postal para a Simone.


Querida Simone :

Hoje cheguei, pelas 8, ao trabalho, e lá estava ele.

Sentado, cabisbaixo, com borbotos.

Pensei se terá sempre lá estado, ou se foi lá posto recentemente. Ou se, simplesmente, durante a noite escapuliu-se da cama de uma criancinha, e ali se pôs, prostrado, a olhar.

Dá ares de quem desistiu de alguma coisa. De alguém condenado. De alguém brutalmente espetado num tubo, que olha, apático, para a fileira de fábricas à sua frente.

Há barulho à volta dele, há máquinas, há pó.

E ele ali tem estado, todo o dia.

" i'll stay home forever where two and two always makes a five"

(sinto-me tão contente por também conseguir fazer aquilo ao olho.vá... não é que ele tenha muitas opções, como eu,...mas também...a multiplicidade de opções gera angústia e, vendo bem, ele já deve ter angústia para dar e vender, não será? mas bem, voltando ao assunto, eu gosto mesmo de conseguir fazer aquilo ao olho!)

domingo, 14 de setembro de 2008

Postais para a Simone.




Directamente do Fundão.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Querida Simone....



Vou de fim de semana.


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Postal para a Simone.


As pérolas dos meus dias.

Guardo nos bolsos pedaços dos meus dias para ti, mas eles esfumam-se e passam e acumulam-se e quando damos por nós tiramos conglomerados de coisas avulsas da mala que fazem pouco sentido nas saudades que temos uma da outra. Antes dissecávamos juntas as horas. Agora passam os meses. Mas a vontade de ver banheiras à beira rio contigo não passou.
Por isso vou começar a mandar-te postais.
Porque às vezes uma imagem vale mais que 1000 palavras.


Saudades do fundo.

Na fabulosa teia das subcontratações...


Eu sou a couve da cadeia alimentar.

Ou serei antes a matéria orgânica de que a couve se alimenta?

(o excremento de insecto,
o composto fedorento,
o animal abjecto,
o resto de pão bolorento.)


Nada como um pouco de precariedade laboral pela manhã para puxar a veia poética.
Então muito Bom Dia.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

E assim só porque sim.

Crónicas do Passado Perdido que Não Devia ser Esquecido – Parte III


Como aquela vez em que me perguntaram às 8 da manhã, interrompendo o meu café, e como quem pergunta as horas, se era de mau tom pedir a um parceiro sexual para fazer um clister antes da cópula...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Crónicas do Passado Perdido que Não Devia ser Esquecido – Parte II


Como quando naquela noite em que nos apeteceu ver um filme para animar e nos decidimos pelo Requiem for a Dream.

Foi tão lindo!



se ocê vir o puto, ocê grita "ó aí o puto"

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Eu acho que devíamos eleger o Sr. Hemant padrinho deste blog.

PÂNICO AO ALMOÇO!!!!


Crónicas do Passado Perdido que Não Devia ser Esquecido – Parte I



Como aquela vez em que a outra acreditou que tinhas mesmo feito uma operação de mudança de sexo.




quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O mau que é sublime. Por ser tão mau.

saudades nossas, Béssi, saudades nossas

Cara Béssi,

a sua última carta chegou-me com censura dos correios. Aparentemente, um dos funcionários (esperemos que não ocupe um cargo muito alto - o que poderia vir a constituir um grande problema em futura correspondência - ou que, pelo menos, não se leve muito a sério, nem à sua função )não aprovou o conteúdo e foi bastante objectivo na observação que inscreveu de mão firme - "i didn't like this blog". Fico a pensar que, novamente, me vejo obrigada a não enviar, pelo menos para já, aqueles rótulizos que tanto gosta de coleccionar ( o que é uma pena porque tenho aqui três de umas garrafas muito vintage que tive a oportunidade de adquirir naquela pequena taberna da Calle Nicaragua). Além disto, e reflectindo um pouco mais sobre esta observação do sr. Hemant Saluja, pergunto-me porque razão ele terá começado a sua observação reprovadora com um polido "hello". Irrita-me um pouco porque me faz lembrar alguns alcoólicos nórdicos insuportáveis que, antes de iniciarem uma abordagem absolutamente desnecessária e, até, altamente inconveniente, se sentam na nossa mesa com cumprimentos educados. Julgo que partilha da mesma opinião que eu. É um golpe sujo. Por outro lado, e admitindo que estes costumes são comuns e aceites em Nova Deli, porque razão então a observação não foi redigida na nossa língua? Mais uma prova de golpe sujo. Arrogência. Porque se as suas cartas foram lidas (uma vez que foram censuradas) e todas elas estão redigidas em português antigo, o sr. Hemant deveria ter tido a delicadeza de responder também em português. Ou então o sr. Hemant não percebe português e então o caso é mais grave e maior é o insulto. Inclino-me para a hipótese de não gostar das flores. Nem de papel de parede. Ou então o sr. Hemant, na sua secretária, reflectiu rapidamente e chegou à conclusão que censura tem de ser o mais abrangentemente possível compreendida e lá achou que "hello, i didn't like this blog" estava muito bem.
Não é que a opinião do sr. Saluja me interesse - há muito que sabemos que as cartas já não são privadas e até já foram lidas em muitas tabernas de segunda, por gente que mais tarde se revelou ser absolutamente execrável - mas eu, pessoalmente, não suporto ser comentada por gente que diz "sometimes novels".

De resto, tudo bem. Aqui está húmido. O dia cola-se aos braços. Talvez desça até à praça e apanhe um autocarro.

O líder.


Clicar para ler em condições.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Obrigam-me a andar todo o dia de capacete, colete reflector e botas.
Hei-de perguntar se posso andar de capacete, colete reflector e botas.

Então é assim



Aqui há uma fábrica de amoníaco. E outras tantas, de outras tantas coisas obscuras. Há um enorme aterro de resíduos dos anos 80. Faz-se um buraco, e cheira a coisas más. Há lixo, imenso lixo.
Frequentemente, uns senhores deslocam-se à praia para apanhar amêjoa. Ora eu aprendi que as amêjoas são bioacumuladores. Que é como quem diz, absorvem toda a merda que delas se aproxima. Depois, vendem-nas, comem-nas. São grandes e boas, dizem. E estes senhores não são verdes. E alguns chegam a velhinhos e tudo. E gostam de cá estar.

Estou a pensar comemorar o fim deste projecto com uma bela mariscada. Na praia.



....por hoje fica só esta balada, para fumar o último cigarro raivoso com acentuados movimentos autistas de trás para a frente...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sugestão do dia e um subreptício quem vem comigo.

Primeira Carta

Cara Simone;

Parece chegado o dia de darmos notícias ao coronel.
A necessidade de lhe escrever virá tão somente da distância e não do facto de algo de interessante se passar – mas de tudo se faz arte, na realidade. Vai ser preciso escrever muito ao coronel para que destes dias se faça alguma coisa, e não condená-los, logo de manhã, a serem esquecidos, assim á tardinha.

É verdade que noutros tempos os dias se iam passando, e fervilhavam de coisas boas e más e assim-assim, agora vão fervilhando de absolutamente coisa nenhuma, e é preciso fazer algo em relação a isso. O coronel merece.
Por aqui, cara Simone, os dias continuam iguais. Cheira escrupulosamente a amoníaco a partir das 08.00h. Almoça-se ao meio dia. Espera-se que o dia passe. Percorro metodiamente todos os procedimentos do dia, revejo-os, volto a revê-los, de modo a que o meu trabalho se vá consubstanciando em algo que valha a pena ir gastando os dias. Às vezes custa convencer-me disso.

Penso ser lugar-comum ir debitando azedumes, de isto e daquilo, de termos que trabalhar, de passarmos os dias acompanhados de pessoas que não são quem amamos de verdade; o termos que fazer sacrifícios quotidianos para continuarmos a estar e a gostar uns dos outros, de quem realmente importa, e não pelo resto. Mas estou também com uma pontinha de febre, isso desregula-me, sabe. Faz-me triste, dá-me um quê de mimos mal resolvidos aqui neste escritório cinzento. Se calhar vou-me sentar ao colo de alguém, e pedir cafuné.

Ninguém, no fundo, repara em mim, aqui, cara Simone.