Querida Simone :
Hoje cheguei, pelas 8, ao trabalho, e lá estava ele.
Sentado, cabisbaixo, com borbotos.
Pensei se terá sempre lá estado, ou se foi lá posto recentemente. Ou se, simplesmente, durante a noite escapuliu-se da cama de uma criancinha, e ali se pôs, prostrado, a olhar.
Dá ares de quem desistiu de alguma coisa. De alguém condenado. De alguém brutalmente espetado num tubo, que olha, apático, para a fileira de fábricas à sua frente.
Há barulho à volta dele, há máquinas, há pó.
E ele ali tem estado, todo o dia.
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