segunda-feira, 4 de maio de 2009

Há coisas que me irritam.


Uma delas é estar placidamente a almoçar em frente a televisão, a assistir à série Entre Vidas (ou, em Português, Várias Desculpas Repartidas em Vários Episódios Que Por sua Vez Se Conjugam em Várias Temporadas Para Ver as Mamas da Jennifer Love Hewitt de Vários Ângulos e Perspectivas), e no final do episódio, no clímax da coisa, em que os intervenientes da trama estão todos reunidos para o confronto final, vivos e mortos; coisas vão ser reveladas, sentimentos vão ser despoletados, vidas vão ser irremediavelmente mudadas e os mortos vão, finalmente, entrar na luz..... e o raio da mulher traduz a vontade dos mortos mais ou menos desta maneira, a título exemplificativo :


Mulher do Fantasma : eu no fundo só queria que ele me visse... tudo o que fazia, fazia-o em função do trabalho, e eu precisava de me sentir amada...

Fantasma : diz-lhe que ela estava em tudo o que eu fazia, era a musa dos meus dias; o seu rosto era a estrela cintilante por detrás da minha arte, só não o soube mostrar....

Melinda Gordon : ele diz que gosta muito de ti.

Fantasma : preciso que ela saiba que a pressão sob a qual vivia era apenas fruto do medo de me revelar um fracasso, e não suportaria ser um fracasso aos olhos dela... queria garantir que teríamos uma vida feliz, que proporcionaríamos o melhor aos filhos que nunca tivémos... preciso que ela o saiba para poder ir em paz.... nada me faria mais feliz que ver-nos envelhecer na nossa linda casa rodeados dos nossos lindos filhos, que teriam os nomes dos nossos avós, Helen e John, que seriam respectivamente ginecologista e contabilista, e perpetuariam a nossa felicidade...

Melissa : ele vai ter saudades tuas.



Outra, são os filhos da puta que não agradecem as minhas cortesias no trânsito.